Colheita, secagem e cura – Capítulo 9

Uma colheita abundante de canábis medicinal consistente, livre de doenças e pragas é a recompensa pelo teu investimento financeiro e pelas horas de trabalho e preocupação com o jardim. Clones e plântulas fortes, saudáveis e bem cultivados produzem as colheitas mais pesadas. Uma colheita bem organizada reduzirá a carga de trabalho, e um conhecimento básico do que está a acontecer na planta de canábis ajudar-te-á a preservar as suas qualidades medicinais durante e após a colheita. Os níveis de canabinóides aumentam à medida que as plantas se aproximam do pico de maturação. O momento certo da colheita é essencial para alcançares os níveis de canabinóides medicinais desejados. A janela do pico da colheita dentro de casa está normalmente aberta durante cerca de 5 a 7 dias, e nem todos os botões de flores estão maduros ao mesmo tempo. Alguns jardineiros colhem as suas colheitas mais cedo – após 45 a 50 dias de floração, e antes de atingirem a maturidade máxima. A grande maioria dos jardineiros colhe as suas plantações quando atingem a maturidade máxima. Os perfis de canabinóides, especialmente o teor de THC, são mais elevados no pico da colheita.

Há 15 anos que estou fascinado com a jardinagem ao ar livre, desde que consegui cultivar canábis legalmente com a ajuda da Mãe Natureza. Cultivar plantas grandes ao ar livre durante uma estação longa permite-lhes expressar o seu potencial genético ao máximo.

A maior parte dos canabinóides, incluindo o THC, encontra-se nas glândulas de resina que cobrem as flores e as folhas; quantidades menores estão presentes nas superfícies dos caules e nas células interiores da planta. Os caules e as raízes podem cheirar como se contivessem canabinóides, mas na verdade contêm níveis muito mais baixos de canabinóides desejáveis. As plantas macho contêm quantidades e níveis de canabinóides muito mais baixos do que as fêmeas, e são normalmente colhidas antes de polinizarem as fêmeas. As plantas fêmeas não polinizadas (sinsemilla) têm a maior quantidade de glândulas de resina e canabinóides, e são colhidas quando as glândulas de resina mostram o pico de maturação. As folhas e os botões de flores são colhidos, separados, tratados, secos e curados.

O crescimento pára na colheita e, a partir daí, o teor de THC (canabinóide) não pode aumentar. Alguns processos da planta continuam até ficarem sem reservas. Os níveis gerais de canabinóides são fixos, mas o tipo muda com a colheita, passando de canabinóides inactivos para activos ou vice-versa.

A secagem remove cerca de 75 por cento do peso da água que se encontra na folhagem. A secagem concentra os canabinóides em relação ao peso total. O conteúdo real de canabinóides das glândulas de resina permanecerá o mesmo ou diminuirá após a colheita. O manuseamento adequado é a chave para manter a potência dos canabinóides. Devem ser evitados períodos prolongados de luz, temperaturas acima dos 26,7°C, fricção das mãos e condições de humidade, porque todos eles degradam as glândulas de resina e os canabinóides.

Paul Stanford, organizador do Hempstalk(www.hempstalk.org), é fotografado no seu jardim de canábis medicinal em Portland, Oregon. Está em frente a duas plantas fêmeas ‘AK47’ em plena floração.

Para que a experiência da colheita seja o menos stressante possível, há algumas coisas que deves saber.

Os jardineiros médicos estão a colher jardins como este, cheios de botões de flores ricas em canabinóides, cultivadas para testar as variedades da DNA Genetics.

Lavar ramos de botões de flores colhidas numa solução suave de H2O2 (peróxido de hidrogénio) está a tornar-se popular. Lavamos os vegetais antes de os consumir, e a canábis não é diferente. Um banho suave de H2O2 remove bactérias superficiais, bolor, sujidade, pragas mortas e as suas fezes, e outras coisas más. Este banho também cria radículas livres*.

*Um banho de radículas livres de H2O2 altera tudo o que é composto por carbono, tal como o uso de ozono numa sala de jardinagem ou numa sala de cura. É essencial lavares os botões tratados com muita água fresca. Não foram feitos estudos para determinar o potencial de danos nas cadeias de carbono da canábis após um banho de H2O2.

Evita danos excessivos nas glândulas de resina, fazendo a manicura dos botões de flores frescas imediatamente após a colheita. Faz a manicura quando a folhagem estiver flexível, à mão ou utilizando uma máquina de aparar para remover a folhagem exterior, menos potente em canabinóides, dos botões de flores. Depois de tratados, os botões de flores são secos lentamente para igualar o teor de humidade, preservar os canabinóides e eliminar a clorofila. Depois de secos, os botões de flores têm de curar para obterem o aroma e o sabor completos. Muitas vezes, os botões bonitos são secos demasiado quente e rapidamente, e não são curados corretamente. O manuseamento incorreto da canábis pode romper e degradar a resina e os terpenos. Estes botões de flores perdem o seu aroma. À medida que as glândulas de resina se degradam, o teor de canabinóides diminui. A canábis mal e rapidamente seca ainda contém várias quantidades de clorofila, amido, nitratos, etc.

Uma vez curada, o armazenamento adequado garante que a canábis medicinal mantém todas as suas qualidades essenciais.

Pendurar as plantas de cabeça para baixo para secarem é simples, conveniente e eficaz. Ao contrário dos rumores, pendurar as plantas de cabeça para baixo não drena os canabinóides existentes para os botões de flores. Os canabinóides não migram para outras partes da planta depois da colheita.

Antes da colheita

Não regues durante 1 ou 2 dias antes da colheita. O solo deve estar bastante seco, mas não o suficiente para que as plantas murchem. Isto acelerará o tempo de secagem em um dia ou mais e não afectará a qualidade dos canabinóides e terpenos.

A fragrância da canábis medicinal em flor é muitas vezes pungente antes, durante e depois da colheita. Se o ar dentro e à volta das salas de secagem e de manicura estiver estagnado, os odores irão prolongar-se e acumular-se. Para ajudar a controlar a fragrância, mantém as salas de secagem e de manicura bem ventiladas. Se possível, deixa passar bastante ar fresco e circulante através da sala de secagem para remover rapidamente as fragrâncias. Mantém as temperaturas abaixo de 70°F (21,1°C) para minimizar o aroma.

Perda de fragrância

“Os terpenos, ou terpenóides, são os compostos da canábis que dão à planta a sua fragrância única. O THC e os outros canabinóides não têm odor, por isso a fragrância da marijuana depende dos terpenos que predominam. É a combinação de terpenóides e THC que confere a cada variedade um sabor psicoativo específico.” -Martin A. Lee, “Talking Terpenes,” High Times

O aroma, o sabor e, em última análise, os efeitos da canábis fumada dependem da mistura de terpenos e canabinóides. Muitas vezes, os canabinóides e os terpenos volatizam e são destruídos durante a floração, a colheita e o armazenamento devido a temperaturas elevadas e maus tratos. A ausência destes compostos diminui o aroma e o sabor. Também pode alterar o efeito geral da canábis.

As plantas de canábis perdem a sua fragrância por uma combinação de razões, todas elas envolvendo a destruição de terpenos ou a criação de um ambiente pobre para o desenvolvimento de terpenos. Durante a floração, as plantas que estão sujeitas a condições climatéricas adversas – incluindo vento, chuva e luz solar quente ou luz artificial – são frequentemente menos perfumadas. As plantas de exterior também acumulam pó superficial, bactérias e outras coisas más. Quando deixados na planta, estes poluentes podem cheirar mal e podem acelerar a degradação dos canabinóides e dos terpenos. O engraçado é que os ambientes interiores mal ventilados são muitas vezes mais poluídos do que os ambientes exteriores. Estes poluentes podem também desempenhar um papel na diminuição da fragrância.

Os terpenos e os canabinóides evaporam-se no ar a uma grande variedade de temperaturas: 246ºF a 815ºF (118,9ºC-435ºC). À medida que as temperaturas sobem, mais e mais terpenos se evaporam no ar. Os terpenos podem ser destruídos por temperaturas elevadas, tempo húmido, vento, chuva e manuseamento. Além disso, os terpenóides podem não ter a oportunidade de se desenvolverem corretamente em plantas que crescem em condições de stress causadas pelo clima, maus cuidados ou ataques de pragas e doenças.

A canábis pode perder a sua fragrância se secar demasiado quente e depressa. Uma secagem rápida não dá tempo suficiente para que a clorofila e outros poluentes se dissipem, e estes podem permanecer na folhagem. Os odores e sabores persistentes destes elementos indesejáveis podem transmitir odores e sabores detectáveis quando consumidos.

Quando mal seca e deixada demasiado húmida, como se estivesse numa pilha de composto, a canábis começa a decomposição anaeróbica. Este processo faz com que a canábis cheire a feno molhado e, em casos extremos, tenha um odor a amoníaco.

As plantas podem albergar o oídio ou outra doença nos seus tecidos. O oídio é impossível de detetar sem análises laboratoriais. Estas doenças enfraquecem as plantas e podem também contribuir para a deterioração do perfume.

As bactérias, as pragas microscópicas mortas e as suas fezes, o pó e muitos outros poluentes permanecem na superfície da folhagem da canábis aquando da colheita. Estes elementos também podem afetar a fragrância. Lava a canábis colhida com um banho diluído de H2O2 para remover e desinfetar as plantas. As plantas limpas têm um cheiro “fresco”; a fragrância da canábis é tudo o que resta.

Geneticamente, algumas plantas parecem estar predispostas a ter menos aroma e a perder a fragrância com o tempo. Em combinação com as condições climáticas, a genética pode desempenhar um papel na minimização da fragrância da canábis.

Os geradores de iões negativos actuam numa área pequena e têm pouco impacto na fragrância da canábis em crescimento. Os geradores de ozono introduzem ozono (O3) numa área fechada. O O3 converte-se em O2 em poucos minutos. Os filtros de carbono removem as fragrâncias antes de o ar ser expelido para o exterior*.

*Uma radícula livre de O a flutuar ao lado de O2 torna-se estável quando se combinam para formar O2, oxigénio. No entanto, esta molécula de O pode ligar-se a qualquer carbono que encontre e retirá-lo. Grande parte do O3 é convertido em O2 no ar, mas as leis do equilíbrio e da difusão também se aplicam.

Os geradores de ozono devem estar localizados fora das salas de secagem e manicura de canábis ocupadas. Vê o capítulo 16, Ar, para mais informações.

É necessária muita circulação de ar e ventilação para que os botões de flores manicuradas sequem. Os botões nestes tabuleiros de rede são virados à mão uma ou duas vezes por dia para uma secagem uniforme.

Pendurar ramos completos é uma óptima maneira de secar os botões de flores de canábis medicinal. Estes ramos acabaram de ser colhidos. As folhas grandes foram removidas e os botões foram ligeiramente aparados.

A rega é importante durante a fase de floração. Verifica diariamente a humidade do solo para evitares a rega excessiva. Rega sempre de manhã para que a maior parte da água seja utilizada durante o dia. Raízes encharcadas à noite atrasam substancialmente o crescimento.

Esta colheita grande e saudável da ‘Blue Dream’ está pronta para ser colhida.

Uma luz verde ou uma lâmpada UVB torna os rastos de pragas e doenças muito fáceis de ver.

Guarda as folhas grandes para fazeres concentrados ou para usares na cozinha.

A fragrância da canábis também pode ser controlada se vedares as salas de secagem e de manicura. Instala uma ventoinha e um filtro de carbono na sala para remover as fragrâncias antes de ventilar o ar para fora da sala. Vê “Fragrância” no capítulo 16, Ar, para mais informações.

Evita o sabor dos fertilizantes químicos e orgânicos nos botões colhidos, lixiviando-os com água pura ou com uma solução de limpeza para remover quaisquer resíduos e químicos que se tenham acumulado no solo ou na folhagem das plantas. Cinco a seis dias antes da colheita, lixivia o meio de crescimento com água limpa da torneira ou água de osmose inversa. Usa uma solução de limpeza como o Final Flush para remover quaisquer nutrientes acumulados no solo.

A lixiviação do solo elimina os sais de fertilizantes que se acumularam no solo. Isto permite que a planta utilize o equilíbrio dos nutrientes no seu sistema antes da colheita.

Alguns jardineiros de interior fertilizam com um fertilizante líquido à base de sal até 2 ou 3 dias antes da colheita, e usam uma solução de limpeza para remover os resíduos de fertilizante. Dizem que esta prática ajuda as plantas a manter o peso dos botões de flores. Mas não faz com que os botões cresçam mais depressa e os resíduos de fertilizante continuam presentes no tecido vegetal. A contrapartida é que o fertilizante aumenta o peso à custa da qualidade medicinal.

Aplica a solução lixiviante de acordo com as instruções da embalagem. Deixa sempre que pelo menos 10 por cento, de preferência mais, escorra pelo fundo dos recipientes. Se utilizares um sistema hidropónico de recirculação, muda a água após os primeiros 4 a 6 dias de aplicação. Continua a encher o reservatório com água fresca “limpa”.

Como saber se o fertilizante pode afetar o sabor

1. As pontas e margens das folhas estão queimadas.
2. As folhas estão quebradiças na colheita.
3. Os botões de flores cheiram a químicos.
4. Os botões de flores estalam quando queimam.
5. Os botões sabem a fertilizante.

Não regues a canábis durante 1 ou 2 dias antes da colheita. O solo deve estar bastante seco, mas não o suficiente para que as plantas murchem. Isto acelerará o tempo de secagem em um dia ou mais e não afectará a qualidade dos canabinóides.

Inspecciona as plantas à noite com uma luz verde ou uma luz UVB. O oídio, as fezes e os rastos dos insectos são visíveis; saltam-te à vista como se estivesses a ler um gráfico de olho na cadeira do optometrista. Remove cuidadosamente todos os sinais de oídio antes que ele entre no tecido da planta. Pulveriza o fungo com um fungistato orgânico antes de remover as partes afectadas da planta para garantir que a doença não contamine o resto da cultura. Este método só funciona quando há muito pouco oídio.

Alguns jardineiros mantêm as plantas em 24 a 48 horas de escuridão antes da colheita. Dizem que esta prática faz com que os botões se tornem mais resinosos.

As folhas

Quando as folhas grandes estão completamente formadas, a potência dos canabinóides atingiu geralmente o seu pico. A potência aumenta da base da planta para cima. As folhas grandes e velhas do fundo não são tão potentes em canabinóides como as folhas mais pequenas e jovens no topo da planta. A parte mais potente em canabinóides durante a maior parte da fase de crescimento encontra-se nas pontas dos ramos, nas folhas pequenas e nos rebentos bem formados.

Corta a folha inteira, incluindo o caule da folha (pecíolo) e deita-a num saco. Se a deixares na planta, o pecíolo murcha e pode atrair fungos. Os sacos de papel respiram bem e podem ser fechados dobrando a parte de cima. Os sacos de plástico não respiram e muitas vezes “suam” no interior, pelo que a parte superior do saco deve ser deixada aberta.

Uma vez cortados, vira as plantas ou os ramos de cabeça para baixo e começa a retirar as folhas grandes à mão. Não te esqueças de verificar se todas as folhas têm resina!

As folhas desta planta ‘Maui’ estão a desenvolver resina à medida que amadurece. As folhas mais próximas dos botões de flores e perto do topo das plantas tendem a ter mais resina do que as que estão mais perto do fundo da planta. Verifica sempre se há sinais visíveis de resina na parte de baixo das folhas. Começa outro saco de papel para separar as folhas que têm resina visível. Estas folhas são óptimas para fazeres haxixe. (MF)

A resina nestas folhas “Jack the Ripper” é tão espessa como a que encontras em qualquer parte do topo de uma flor. É fácil separar as glândulas de resina da folhagem numa forma concentrada. Guarda as aparas de folhas carregadas de resina visível para fazeres haxixe concentrado. (MF)

Esta folha de ‘Garlic’ está ampliada 4X. Muitas vezes as folhas pequenas à volta dos botões de flores têm tanta resina como os próprios botões de flores. Estas folhas pequenas continuam a desenvolver resina até os botões estarem maduros. Estas folhas pequenas podem ser deixadas com os botões de flores ou separadas para serem usadas para um fim diferente. (MF)

O caule da folha (pecíolo) tem poucas glândulas de resina que contêm canabinóides. Esta imagem mostra muitas glândulas de cistólitos.

Colhe as folhas se mostrarem sinais de doença ou amarelecimento rápido que o fertilizante não tenha conseguido curar. Quando começam a amarelecer e a morrer, a sua potência diminui rapidamente. Isto aplica-se especialmente às folhas grandes e velhas em “leque” que ficam amarelas quando o fertilizante rico em azoto não é aplicado durante a floração.

Mantém o saco de papel num armário ou numa área com 40 a 60 por cento de humidade e 60°F a 70°F (15,6°C-21,1°C) de temperatura. Entra no saco uma ou duas vezes por dia e mexe as folhas com a mão. As folhas devem estar secas ao toque dentro de 5 a 7 dias. Quando estiverem secas, coloca as folhas pequenas e resinosas no congelador para que as glândulas de resina se separem rapidamente da folhagem. As folhas grandes contêm menos canabinóides e são mais úteis para fazeres tinturas, pratos de comida e bebidas. Vê o capítulo 26, Concentrados e Tinturas Medicinais, e o capítulo 27, Cozinhar com Cannabis Medicinal, para mais informações.

Colheita de machos

Colhe as plantas macho de canábis assim que forem identificadas, a não ser que sejam usadas para reprodução. Os machos produzem menos canabinóides e de menor qualidade, além de ocuparem um espaço valioso no jardim. As flores masculinas podem produzir pólen dentro de casa ou em estufas com privação de luz logo 2 semanas depois de induzires a floração com o horário de 12 horas dia/noite. No exterior, as pré-flores masculinas também contêm pólen. Tem cuidado com as aberturas precoces. Três a 6 semanas após o início da floração, os sacos de pólen abrem-se. As plantas continuam a produzir flores durante várias semanas após as primeiras vagens terem começado a libertar pólen. Quando as flores masculinas são claramente visíveis, mas ainda não estão abertas, a produção de canabinóides está nos níveis máximos. Lembra-te, no entanto, que o conteúdo de canabinóides é baixo nas flores masculinas, mesmo no pico de produção. Depois de os machos libertarem o seu pólen, o processo de degradação acelera e as flores caem.

Antes de removeres as plantas macho do jardim, cobre-as com um saco de plástico para ajudar a conter o pólen.

Os ramos cheios de flores masculinas podem ser guardados num copo de água durante vários dias. Os seus sacos de pólen continuarão a abrir-se. O pólen é fácil de recolher quando está contido no saco.

Este é o último ramo de uma planta feminina colhida no exterior. Um par de laços de plástico marcam este ramo cheio de botões de flores que foram fertilizados pelo pólen masculino e deixados a amadurecer após a colheita.

Colhe os machos com cuidado, especialmente se estiverem perto das fêmeas. Pulveriza os machos com água para inutilizar o pólen e evitar a polinização acidental. Corta a planta pela base, tendo o cuidado de a sacudir o menos possível. Para evitar a polinização acidental por uma flor masculina aberta, cobre cuidadosamente a planta masculina com um saco de plástico e ata-o na base antes de a colheres. Ou, se conseguires ver uma flor masculina aberta, pulveriza-a com água para inviabilizar o pólen.
Mantém os machos usados para reprodução o mais longe possível das fêmeas em flor. Certifica-te de que instalas telas finas para o ar que entra na sala de floração e molha-as regularmente para desencorajar o pólen desgarrado. Isola os machos até que seja necessário. Após um mês, o macho começa muitas vezes a reverter para o crescimento vegetativo, apesar de manter sacos de pólen viáveis. Os machos também podem ser clonados e mantidos na fase vegetativa até serem necessários. Induz a floração cerca de 3 semanas antes de se precisar de pólen viável. Dentro de 3 a 5 semanas, o macho estará cheio de sacos de pólen viáveis.

Brácteasde sementes inchadas numa fêmea madura de ‘Jack Herer’.

Prolonga a colheita em 1 ou 2 machos, retirando as flores com pinças ou com as unhas à medida que vão aparecendo. Depois de arrancares as flores velhas, surgem logo novas flores. Continua a retirar os sacos de pólen até que as fêmeas estejam a 2 semanas da plena floração. A colheita de flores masculinas individuais é um processo fastidioso e demorado, e é fácil que te esqueças de algumas.

É prático colher a maior parte dos ramos e deixar apenas 1 ou 2 ramos com pólen. Uma única flor masculina contém pólen suficiente para fertilizar muitos óvulos femininos; um único ramo cheio de flores masculinas é mais do que adequado para produzir pólen suficiente para a maioria das culturas de sementes caseiras e necessidades de reprodução.

Vê “Como fazer sementes em casa” no capítulo 25, Reprodução, para obteres informações completas sobre a colheita.

Colheita da Sinsemilla

De acordo com o perito em canábis Mel Frank, “a “janela de pico de potência” dura pelo menos uma semana, enquanto a potência se mantém dentro de alguns por cento do seu máximo. Não é fundamental colher hoje ou amanhã, mas é fundamental colher esta semana ou na próxima.”

Colhe a sinsemilla quando o ciclo de floração está a chegar ao fim e o crescimento posterior será lento e mínimo. Para além do crescimento lento, as brácteas, os estigmas e as glândulas de resina funcionam como 3 indicadores fáceis de usar para te ajudar a determinar quando colher. Quando usas sementes comerciais de cultivadores de renome, os jardineiros medicinais também têm a recomendação dos cultivadores para as semanas até à maturação, particularmente dentro de casa.

Brácteas: Observa especialmente as brácteas, que devem estar todas maduras e inchadas, exceto as brácteas no topo dos botões. As brácteas mais altas devem ter começado a inchar, mas ainda não estão completamente inchadas.

Estigmas: A maior parte dos estigmas (uns bons 90 por cento) – os “pêlos” brancos e felpudos que apanham o pólen – terão murchado e ficado ferrugem/castanhos. Os poucos estigmas restantes, ainda brancos, terão começado a enrolar-se e já não parecerão frescos, direitos e receptivos ao pólen. Todas as partes da planta de canábis, exceto as raízes, as sementes e os estigmas, estão cobertas de glândulas de resina. Os estigmas são desprovidos de resina e as afirmações de que são potentes estão simplesmente erradas. A única resina que os estigmas podem ter seria o contacto com a resina de glândulas de resina partidas ou que segregam nas brácteas.

As imagens ao lado seguem diferentes variedades de canábis durante as últimas semanas de floração. Repara como as brácteas e os estigmas mudam para indicar o pico da colheita.

Esta variedade indica , ‘Garlic’, está apenas a começar a desenvolver estigmas brancos para atrair o pólen masculino. (MF)

Este botão da ‘Maui’ continua a florescer e a desenvolver estigmas enquanto espera que o pólen masculino aterre. Quando não há pólen masculino disponível, o crescimento continua. (MF)

Estigmas femininos brancos desta ‘Skywalker’ cultivada dentro de casa continuam a crescer a partir de brácteas de sementes. Repara que a resina começa a ser visível a olho nu. (MF)

Evita a rega por cima da cabeça e os sprays durante as últimas 2 semanas antes da floração. Uma gota de água de orvalho está suspensa entre os estigmas desta ‘MK Ultra’ × ‘Sensi Star’, mas mais água ficaria entre as brácteas de sementes e atrairia a podridão. (MF)

Durante a floração, mudar o fertilizante para uma mistura com alto teor de fósforo, alto teor de potássio e baixo teor de azoto faz com que as folhas maiores amarelem à medida que a colheita avança. (MF)

Os estigmas tendem a morrer ao mesmo ritmo que as glândulas de resina do capitato começam a envelhecer e a sofrer oxidação, tornando-se âmbar no processo. As imagens mostram a mudança nos estigmas à medida que vão murchando. As imagens seguintes seguem uma sequência progressiva da maturação das glândulas de resina do capitado pedicelado até à colheita.

Aqui tens um grande plano de um botão ‘Maui’ no qual os pares de estigmas femininos brancos estão apenas a começar a senescer. Podes ver que alguns pares de estigmas estão completamente escuros. Neste caso, os estigmas foram fecundados pelo pólen masculino. (MF)

Os estigmas neste cruzamento ‘Haze’ × ‘Northern Lights 5’ × ‘Sensi Star’ estão a morrer um pouco de cada vez e continuarão a converter-se de branco para castanho-avermelhado à medida que as flores amadurecem.

Mais e mais estigmas nesta ‘OG Kush’ × ‘Master Kush’ estão a morrer à medida que o dia da colheita se aproxima. Repara na forma como a resina continua a acumular-se nos botões, nas folhas pequenas, nas brácteas das sementes e na folhagem. (MF)

Metade dos estigmas deste botão de ‘Purple Heart’ morreram e cerca de metade estão saudáveis. Este botão tem tanta resina que olhar para as glândulas de resina pode ser a melhor indicação da altura da colheita. (MF)

Os estigmas deste botão ‘Diesel’ continuam a morrer e a resina continua a povoar os botões. Agora forma-se mais resina nas folhas pequenas. (MF)

As brácteas de sementes deste botão ‘Jack the Ripper’ continuam a inchar, apesar de não conterem sementes. As brácteas de sementes estão cheias de glândulas de resina que ainda brilham à luz, embora os estigmas tenham morrido completamente. (MF)

Todos os estigmas deste botão da ‘Haze’ × ‘Northern Lights 5’ × ‘Sensi Star’ tornaram-se num rico castanho avermelhado e as glândulas de resina estão prontas para serem colhidas. Esta planta foi cultivada em interior. As plantas de interior tendem a mostrar a resina a tornar-se âmbar ao mesmo tempo, tanto nas brácteas das sementes como nas pequenas folhas à volta delas. (MF)

O botão desta planta está perfeito e pronto a ser colhido. Todas as glândulas de resina estão a brilhar à luz, e apenas algumas glândulas de resina começaram a deteriorar-se.

Glândulas de resina de caule capitato

A melhor altura para a colheita é quando as glândulas de resina com pedúnculo capitado desenvolveram uma cabeça esférica e ainda não começaram a senescer. As glândulas começam a degradar-se, a tornar-se âmbar e a desfazer-se; o conteúdo de canabinóides diminui e continua a diminuir. Verifica os botões de flores de cada planta e colhe-os individualmente quando estiverem prontos. Muitas vezes os botões mais altos estão prontos e são colhidos, enquanto os botões mais baixos são deixados para mais uma ou duas semanas. Trata as plantas individualmente.

As glândulas de resina que estão magoadas por terem sido espremidas ou empurradas deterioram-se rapidamente, mudando de cor. O processo é gradual, e as glândulas de resina individuais mudam a ritmos diferentes. Claro que há excepções, como a variedade ‘Blueberry’, que tem glândulas de resina mais escuras e até arroxeadas.

Nas plantas de interior a maioria das glândulas devem ser claras ou translúcidas; menos glândulas devem ser turvas ou leitosas, e muito poucas, se alguma, devem ter cor. As glândulas de resina com uma cor âmbar significam que o oxigénio entrou na glândula e que o processo de degradação está em curso. Procura glândulas de resina bem formadas, com caule capitado, totalmente intactas e translúcidas.

Este botão de exterior ‘Haze’ × ‘Northern Lights 5’ × ‘Sensi Star’ amadurece de forma um pouco diferente das flores de canábis de interior. As pequenas folhas à volta das brácteas das sementes tendem a mostrar oxidação primeiro, o que é demonstrado pela mudança de cor de transparente para âmbar. Isto é um sinal de deterioração e perda do conteúdo de canabinóides. (MF)

O estigma de cima está a morrer, enquanto os estigmas de baixo ainda estão saudáveis. Esta planta tem mais alguns dias até à colheita.

As glândulas de resina nas plantas de exterior são completamente diferentes. Mais frequentemente, um bom número de glândulas visíveis serão turvas ou leitosas em vez de claras ou translúcidas, embora depois da colheita, um olhar dentro dos botões revele predominantemente glândulas claras ou translúcidas. As folhas maiores dos botões têm frequentemente glândulas de resina amarelas ou âmbar, mas as glândulas com cor devem ser uma pequena minoria nas brácteas. A presença de algumas glândulas amarelas ou âmbar é típica em plantas cultivadas ao ar livre, sob sol pleno, onde muito sol, oscilações significativas de temperatura, mau tempo, solo húmido ou seco e danos físicos afectam as glândulas de resina.

Esta secção centra-se nas glândulas de resina de caule capitado. As imagens mostram as glândulas de resina pouco antes do pico de maturidade através da senescência.

A ponta desta folha revestida de resina da ‘Garlic’ mostra uma visão clara das glândulas de resina com pedúnculo capitado. A maior parte dos canabinóides, especificamente o THC, estará localizada na base do caule, onde o topo bulboso se liga. Podes ver que algumas destas glândulas de resina começaram a ficar âmbar. (MF)

Esta vista de perto mostra as belas glândulas de resina no pico da colheita. Estão completamente formadas, fortes e saudáveis.

Uma cor âmbar significa oxidação e senescência das glândulas de resina do caule do capitato. Quando o interior do topo bulboso é exposto ao oxigénio, os canabinóides dissipam-se rapidamente.

Esta imagem de microscópio eletrónico de varrimento mostra como os topos bulbosos das glândulas de resina com caule de capitato sofrem lesões por fricção, vento ou chuva, ou começam a senescer naturalmente – tudo isto diminui o conteúdo e a potência dos canabinóides. Estas glândulas de resina aparecem com um bolbo de cor âmbar em cima de um caule claro sob luz natural.

Esta bráctea de sementes ‘Skunk #1’ tem algumas glândulas de resina com caule capitado que são perfeitamente claras e outras que começaram a ficar âmbar. Está na altura de colher! (MF)

Pronta para a colheita! Olha para as glândulas de resina neste botão da ‘Skunk #1’ para veres que continuam a ficar cor de âmbar. (MF)

Aqui está a primeira de uma sequência de três fotos da variedade ‘Garlic’, mostrando as glândulas de resina numa pequena folha. A primeira foto mostra as glândulas de resina completamente claras a translúcidas. Cobrem a folha! (MF)

A segunda foto mostra que algumas das glândulas de resina estão a começar a ficar âmbar. Repara que as cabeças são a primeira parte da glândula a ficar âmbar. (MF)

A terceira foto mostra que as glândulas de resina continuam a amadurecer e a tornar-se âmbar, à medida que a maturidade se transforma lentamente em senescência. (MF)

Este grande plano de uma ‘mexicana’ de 1976 mostra que as glândulas de resina estão a caminho da impotência. As cabeças bulbosas romperam-se todas e os canabinóides volatizaram para o ar. Restam poucos canabinóides potentes nos resíduos. (MF)

Podes ver que as cabeças das glândulas de resina se estão a decompor na parte de cima desta folha, e que muitas cabeças das glândulas de resina na parte de baixo da folha já desapareceram. Esta planta já passou o pico da colheita.

a ‘Cocoa Kush’ de DJ Short mostra glândulas de resina curtas e atarracadas.

As glândulas de resina neste botão de flor da ‘Critical Mass’ têm caules compridos e pequenas cabeças de resina.

Qualidades da Indica, Sativa e Ruderalis

A diferença entre as glândulas de resina é notável : as glândulas de resina com predominância de índica e índica tendem a ter um caule curto e piramidal com um bolbo grande e forte no topo. As variedades sativa e sativa-dominante tendem a ter um caule longo e fino com um bolbo grande ou pequeno no topo. Os bolbos no topo dos caules também têm tamanhos diferentes. As glândulas de resina grandes e pequenas caem em peneiras de malhas diferentes, produzindo diferentes graus de kief. Os caules finos tendem a cair através das peneiras e criam uma “fibra” no kief.

Os botões de flores colhidos quando a maioria das glândulas de resina já começaram a senescer, geralmente produzem um efeito mais corporal ou físico. As variedades índica pura, afghani e índica dominante colhidas nesta altura terão um efeito corporal pesado ou tranquilizante. Se esperares para colher variedades puras de sativa e de sativa dominante até esta fase tardia, não aproveitas o elevado teor de canabinóides. Estas variedades são melhor colhidas quando as glândulas de resina estão claras e maduras, mas ainda não senescentes.

Variedadesíndica e índica-dominante

As variedades de índica pura e os cruzamentos com predominância de índica cultivados em estufas e no interior são colhidos 6 a 9 semanas após a indução da floração com um fotoperíodo de 12/12 horas dia/noite. No exterior, as plantas com predominância índica iniciam frequentemente a floração quando recebem cerca de 13 horas de luz do dia e 11 horas de escuridão. A floração aumenta à medida que as noites se tornam mais longas.

Alguns jardineiros medicinais optam por colher botões de 6 semanas de idade com glândulas de resina vistosas que têm um teor mais baixo de canabinóides. Os períodos de floração mais curtos permitem-te fazer mais uma colheita por ano.

VariedadesSativa e Sativa-Dominante

As variedades sativa tropicais puras, especialmente as variedades tailandesas e asiáticas que foram cultivadas a partir de sementes nativas, demoram mais tempo a florescer depois de teres aumentado a luz para 12 horas. As sementes trazidas diretamente dos trópicos podem demorar 4 meses a florescer com 12 horas de luz. Estes tipos tendem a formar botões a um ritmo uniforme durante a floração, sem um declínio acentuado na taxa de crescimento.

Poucos jardineiros de interior têm tempo ou paciência para cultivar variedades de sativa puras, devido ao seu longo período de floração, à sua estatura pernalta e ao seu baixo rendimento. Os botões no topo da planta atingem frequentemente o pico de potência muito antes dos botões inferiores. Vê o capítulo 8, Floração, para mais informações sobre como alterar o fotoperíodo para aumentar a produção e encurtar o período de floração.

Os cruzamentos de predominânciasativa com variedades índica podem não estar prontos durante 10 semanas ou mais…

Lupas e Microscópios

Usa uma lente de aumento ou um mini-microscópio para examinar as glândulas de resina do caule do capitato. Usa uma lupa de 10X, uma lupa de joalheiro ou um microscópio de mão de 20X a 50X. A minha preferência é um microscópio de mão de 45X com uma lâmpada LED alimentada por bateria. Observa as glândulas de resina sem colher os botões, ou pega numa porção pequena, fina e resinosa de um botão maduro e coloca-a ao microscópio com uma ampliação baixa de 30X a 50X. Se o microscópio não tiver uma lâmpada, será necessário usar uma lanterna para poder ver sem sombras.

Por vezes é mais fácil remover um pequeno pedaço de um botão para que possas ter uma visão completa do seu interior.

Observa as glândulas de resina diretamente na planta para te certificares de que o seu crescimento está a progredir corretamente. É divertido observar o seu desenvolvimento ao longo do tempo.

a ‘Granddaddy Purple’ é um cruzamento entre a ‘Purple Urkle’ e a ‘Big Bud’; ambos os pais têm predominância indica.

As variedades com predominância indica e sativa tendem a florescer de forma diferente. As flores da ‘Purple Hen’, com dominância índica, tendem a amadurecer ao mesmo tempo se receberem a mesma quantidade de luz. (MF)

As variedades com predominância sativa, como esta ‘Afghani #1’ × ‘Chiba Colombian 60’ × ‘African 3’ de 1980, tendem a amadurecer mais tarde e também crescem de forma diferente. (MF)

Esta ‘Amnesia Haze’ da Hy-Pro Seeds mostra o hábito de crescimento clássico da ‘Haze’. Pequenos botões crescem nas uniões dos ramos e as pontas dos ramos estão cheias de flores.

As variedades mexicanas são algumas das mais pronunciadas neste tipo de crescimento de botões de flores. (MF)

A Ruderaliscross ‘Chaze’ demora mais tempo a amadurecer e produz mais do que a maioria das variedades autoflorescentes.

VariedadesRuderalis e Ruderalis-Dominante

As variedadesRuderalis cruzadas (autoflorescentes e autoflorescentes feminizadas) são neutras em relação à luz do dia e estão prontas para a colheita cerca de 70 a 80 dias após a germinação das sementes. Estes cruzamentos são colhidos da mesma forma que as outras variedades, quando a produção de canabinóides atinge o seu pico.

A Cannabis ruderalis é cruzada com variedades índica e sativa para produzir plantas curtas e autoflorescentes com botões grandes!

As plantas grandes de exterior são frequentemente colhidas por fases. Primeiro retira a camada exterior de 61 cm dos ramos cheios de botões de flores. Duas semanas mais tarde, faz-se uma segunda colheita depois de os botões mais pequenos terem tido a oportunidade de engordar à luz do sol.

As plantas pequenas na parte da frente do jardim de Humboldtlocals foram colhidas uma vez e serão colhidas várias vezes. Os jardineiros de canábis medicinal que cultivam ao ar livre no norte da Califórnia colhem as plantas duas ou mesmo 3 ou 4 vezes. A planta roxa na segunda fila foi colhida uma vez e será colhida dentro de uma ou duas semanas.

Tempo de colheita

No interior e em estufas com “privação de luz”, as flores da sinsemilla amadurecem entre 6 a 12 semanas após o fotoperíodo ter sido alterado para 12 horas para induzir a floração. As empresas de sementes indicam a “época de floração” nos seus catálogos, e há muita informação disponível na Internet sobre as datas de maturação. Ao ar livre, a primeira colheita precoce está pronta no final da primavera. As colheitas de outono são feitas de finais de setembro a novembro, dependendo das variedades cultivadas e do clima. A melhor altura para colher a sinsemilla é quando a produção de canabinóides atingiu o pico mas o processo de degradação ainda não começou. As variedades de interior estabelecidas são cultivadas de forma a que toda a planta atinja o pico de potência ao mesmo tempo. Os topos das flores mais baixos, que recebem menos luz, não estão tão cobertos de resina como os ramos superiores e podem demorar mais tempo a amadurecer. As variedades que amadurecem todas de uma vez tendem a passar por 4 a 5 semanas de formação rápida de botões antes de o crescimento parar. A colheita é feita 1 a 3 semanas depois de o crescimento abrandar.

As colheitas ao ar livre dependem do clima. As chuvas de outono e o tempo frio chegam tarde em alguns anos, e a colheita pode ser feita no seu pico. As plantas são frequentemente colhidas mais cedo em anos de mau tempo. Colhe quando já não houver luz solar intensa suficiente para que os botões cresçam. Quando a luz solar diminui, o desenvolvimento da resina praticamente pára. Há várias razões para colheres as plantas mais cedo, como a falta de luz, o tempo frio e chuvoso e as noites geladas.

O tempo frio também influencia o desenvolvimento da resina. Na maioria das vezes, noites prolongadas de 40ºF a 50ºF (4,4ºC-10ºC) e dias frescos com muita luz solar abrandam o crescimento da folhagem e promovem o desenvolvimento da resina.

Colhe plantas grandes de exterior até 4 vezes. Colher 2 a 4 vezes ao longo de 2 a 6 semanas pode aumentar o peso da colheita em até 40%. Remove a parte superior de 30,5 a 61 cm na primeira colheita. Os botões secundários mais pequenos recebem mais luz solar e tornam-se mais pesados. A segunda camada de botões medicinais é então colhida. Se for uma planta grande, com 3 metros de altura, podes fazer até mais 2 colheitas num ano de bom crescimento. Descobrimos que esta técnica funciona melhor com a variedade ‘Mr. Nice’.
Também podes fazer um teste barato de cromatografia líquida. Estes testes são relativamente baratos, cerca de $10 USD, e são bastante precisos. Vê o capítulo 2, Medição de canabinóides, para mais informações sobre testes de cromatografia líquida.

A análise laboratorial, embora mais cara, também está disponível em muitos estados e países que sancionam a canábis medicinal. Muitos países descriminalizaram pequenas quantidades de canábis, e esta pode ser medida legalmente por laboratórios de terceiros.

Um cientista da Canna mede o teor exato de THC dos botões colhidos com um cromatógrafo de gás. A Canna presta esse serviço gratuito na Spannabis em Barcelona, Espanha. A Spannabis(www.spannabis.com) é a maior feira de canábis do mundo.

Pára de fertilizar as plantas em recipientes antes da colheita.

Cobreos ramos com botões pesados com uma soluçãodiluída deH2O2 para desinfetar contra resíduos de pragas e doenças.

Colhe cedo durante o dia.

Colhe: Passo a passo

Primeiro passo: Pára a fertilização suplementar 5 a 7 dias antes da colheita. A acumulação latente de nutrientes na folhagem dá-te um sabor a fertilizante e um “resíduo de nutrientes” Lixivia os nutrientes do meio de crescimento 7 a 10 dias antes da colheita. Alguns jardineiros continuam a fertilizar até 3 dias antes da colheita se utilizarem um produto comercial de “lixiviação” que acelera a remoção dos químicos acumulados no substrato.

Segundo passo: Se foram aplicados sprays durante as últimas 2 semanas (não recomendado), pulveriza bem as plantas para lavar os resíduos indesejáveis que se possam ter acumulado na folhagem. Um banho prévio de 5 minutos numa solução diluída (5%) de peróxido de hidrogénio (H2O2) desinfectará e lavará as fezes das pragas, as bactérias, o pó, etc. Retira os ramos do banho de H2O2 e enxagua-os suavemente com um jato de água. O banho de spray não afecta a produção de resina. Agita suavemente os botões depois de os enxaguar para sacudir a água parada. Para prevenir o fungo e o míldio dos botões, retira as folhas grandes e lava o jardim no início do dia para permitir que o excesso de água seque antes do anoitecer. Se a podridão dos botões(Botrytis) for visível, retira cuidadosamente os botões infectados, um centímetro abaixo dos danos. Remove o crescimento contaminado do jardim e destrói-o. Lava as mãos. Insere os ramos “amputados” num banho de H2O2.

Terceiro passo: Podes querer dar às plantas 24 a 48 horas de escuridão total antes da colheita. Alguns jardineiros fazem-no e dizem que os botões ficam um pouco mais resinosos depois disso.

Quarto passo: Colhe de manhã cedo, antes que a luz direta do sol aqueça as plantas. É nesta altura que o teor de canabinóides está no seu auge. Colhe a planta inteira ou um ramo de cada vez, cortando perto da base com uma tesoura de poda. Se arrancares o torrão da raiz, vais criar uma confusão e não é necessário. Todos os canabinóides são produzidos na folhagem, não nas raízes da planta de canábis.

Quinto passo: Uma vez formada, a resina não se move e, por isso, não pode “escorrer para a folhagem” Secar a planta inteira pendurando-a de cabeça para baixo é simplesmente conveniente. Se deixares os caules intactos, a secagem é muito mais lenta.

Passo seis: Para colher ramos ou plantas inteiras:
a. Retira as folhas grandes 1 ou 2 dias antes de colher as plantas. Ou retira as folhas durante a colheita. A colheita antecipada das folhas grandes inicia o processo de secagem, tira-as do caminho e torna a manicura mais fácil e rápida.
b. Colhe plantas inteiras, cortando-as na base antes da manicura.
c. Ou corta cada ramo em comprimentos de 6 a 24 polegadas. Faz a manicura dos topos recém-colhidos, aparando as folhas com uma tesoura ou uma tesoura. Pendura os ramos bem tratados até secarem. Uma vez secos, corta os topos dos ramos, tendo especial cuidado em manusear os botões de flores tenras o mais suavemente possível.
d. Ou deixa as folhas maiores nos ramos para servirem de bainha protetora para os botões de flores.
As glândulas de resina tenras são protegidas de contusões e rupturas até à manicura final, mas a manicura é muito mais lenta e tediosa quando se apara a folhagem seca. As glândulas de resina também são mais susceptíveis de se magoarem e a resina tende a cair da folhagem seca durante o manuseamento.

Colhe com uma tesoura ou uma serra. Dependendo da forma como os botões amadurecem, podes querer colher a planta inteira de uma só vez ou colher botões individuais à medida que amadurecem. As plantas com predominância de índica são normalmente colhidas todas de uma vez.

Cortar plantas pequenas no caule é a forma mais fácil de colher. Esta planta tem cerca de 3 pés de altura (cerca de um metro) e é fácil de manusear. Corto-a sempre logo abaixo da linha do solo, para que todos os ramos fiquem ligados ao caule.

A seguir, apara os ramos inferiores. Deita fora os ramos pequenos da parte de baixo e junta-os às folhas grandes.

Estes ramos cheios de botões de flores foram ligeiramente limpos antes de serem pendurados para secar em cabides num armário escuro e bem ventilado.

As plantas podem ser colhidas um ramo ou um botão de cada vez. O caule principal da planta permanece no solo, e as folhas grandes são deixadas no jardim. O caule e as folhas são cultivados no solo para beneficiar a próxima colheita.

A remoção das folhas grandes e das folhas mais pequenas à volta dos botões é muito mais fácil imediatamente após a colheita, quando a folhagem ainda está flexível.

Corta as plantas mais pequenas na base para colher.

Secar os ramos cheios de botões antes de os manicurar faz com que muitas glândulas de resina sejam danificadas.

Manicura

A manicura é mais fácil quando a folhagem está macia e flexível imediatamente após a colheita. Manter a sala de poda com 45 a 50 por cento de humidade assegura que os botões se mantenham flexíveis durante mais tempo. Aparar as folhas agora também acelera a secagem. Esperar até que a folhagem esteja seca para fazer a manicure tornará a manicure dos botões um trabalho mais tedioso e demorado do que já é. Além disso, se retirares as folhas agora, evitas que os botões secos sejam manuseados de novo. No entanto, alguns jardineiros preferem gastar mais tempo e energia, alegando um processo de secagem mais lento e uniforme.

A manicura é mais fácil e mais eficiente com um bom par de tesouras de aparar que tenham lâminas pequenas para facilitar o alcance e o corte dos caules das folhas e das folhas à volta dos botões de flores. Um par de tesouras ergonómicas com pegas confortáveis é indispensável para a manicura da canábis durante horas. Dá preferência a tesouras pequenas porque requerem muito menos movimento e energia para funcionar.

Faz a manicura sobre uma serigrafia fina (ver capítulo 26, Concentrados e tinturas medicinais) ou sobre uma mesa com uma superfície lisa e escorregadia. Raspa a resina rica em canabinóides de debaixo da tela ou da superfície plana. A resina pode ser consumida imediatamente ou prensada em blocos de haxixe para um armazenamento fácil e prático.

Usa luvas de borracha baratas para recolher a “resina dos dedos” Depois de aparares durante algumas horas, remove a resina acumulada nos dedos das luvas, colocando-as no congelador durante uma hora. O arrefecimento facilitará a remoção da resina acumulada das luvas.

Reserva tempo suficiente para a colheita e para a manutenção da tua cultura. Para podar corretamente uma libra (454 gm), uma pessoa demora 6 a 8 horas à mão com uma tesoura.

As máquinas de aparar aceleram o processo de manicura. Há muitos modelos diferentes por onde escolher. Os pequenos aparadores manuais custam menos de 300 USD e funcionam bem para pequenas colheitas. As máquinas grandes que podem aparar 1,4-1,8 kg de botões de flores por hora custam 12.000 USD ou mais. Uma única máquina pode fazer o trabalho de 6 a 10 pares de mãos com uma tesoura. Naturalmente, 1 ou 2 pessoas têm de alimentar o aparador com botões não aparados e os botões têm de ser transportados para outra sala.

Podes encontrar vídeos informativos no YouTube sobre cada um dos seguintes aparadores: Big Red Trimmer, Bonsai Buddy, Magic Trimmer, Rolling Thunder Trimmer, Samurai Power Trimmer, Trimbox, Trim Reaper, Trimpro Automatic, Tumble Trimmer, e o meu favorito, o Twister. No entanto, os vídeos não têm o detalhe de close-up necessário para veres em que estado estão os botões depois de aparados.

As tesouras de manicura têm duas formas básicas. Muitos aparadores preferem tesouras pequenas e compactas que requerem pouco movimento da mão. (MF)

Retira as folhas grandes e os caules grandes aquando da colheita. As folhas frescas e flexíveis são mais fáceis de trabalhar do que quando estão secas. Retira as folhas grandes em “leque” e os caules das folhas (pecíolos) para evitar uma possível podridão. As plantas com as folhas exteriores intactas demoram mais tempo a secar e requerem muito mais tempo para serem tratadas.

Luvas de borracha baratas mantêm a resina nas luvas em vez de se colarem às mãos. A resina pode ser removida das luvas mais tarde para fazer “haxixe para os dedos”

Alguns jardineiros molham um chão de cimento, ou utilizam refrigeradores ou humidificadores baratos. Os jardineiros em climas frios e chuvosos devem ventilar adequadamente e possivelmente usar aquecedores. A utilização de um desumidificador numa sala de secagem grande é muitas vezes impraticável.

Corta as folhas mais pequenas e de baixa potência à volta dos botões que têm pouca resina, para que fique um botão de flor bonito e potente em canabinóides.

As tesouras pequenas facilitam-te o acesso entre botões densos quando fazes a manicura.

A resina pode acumular-se muito nas tesouras!

Uma vez congelada, a resina é mais fácil de remover da tesoura.

Raspa a resina acumulada na tesoura quando esta prejudica o movimento da lâmina. Utiliza uma faca pequena ou uma lâmina de barbear para remover a resina acumulada nas lâminas. Faz uma bola com pequenos pedaços de resina raspada, esfregando-a entre os dedos. A bola de “haxixe de dedo” irá crescer à medida que a manicura progride.

Uma humidade relativa de cerca de 50 por cento mantém as folhas flexíveis durante a manicura.

Depois de passarem pela máquina de aparar, os botões são retocados e tratados à mão. A poda manual elimina as arestas. Estes aparadores fazem a manicura sobre placas de papel lisas. Raspa as glândulas de resina caídas na mesa ou debaixo da tela.

Este aparador SpinPro tem uma lâmina que gira por baixo de uma grelha de aço. Os botões são despejados em cima da grelha e movidos com dedos de plástico maleáveis.

Os rebentos são aparados após algumas voltas em torno da grelha da SpinPro. Uma vez aparados, os botões são retirados e um novo lote é despejado.

Este aparador TrimPro consiste numa lâmina rotativa por baixo de uma grelha de proteção em aço. Os botões são movidos manualmente através da grelha. A lâmina apara qualquer folhagem que esteja pendurada abaixo da grelha.

O Twister é um aparador de topo de gama. Os rebentos são introduzidos numa tremonha e passam através de um cilindro com uma plataforma de corte por baixo. Acima podes ver os botões aparados a sair do cilindro.

Depois de serem aparados pelo Twister, os botões de flores caem num recipiente para serem tratados à mão.

Usa luvas de látex bem ajustadas para a manutenção. Retira as luvas depois de aparares para recolheres a resina acumulada.

Secagem

Quando uma planta inteira ou um ramo é colhido e pendurado para secar, o transporte de fluidos dentro da planta continua, mas a um ritmo muito mais lento. Os estomas fecham-se logo após a colheita e a secagem é mais lenta, pois há pouca saída de vapor de água. Os processos naturais da planta terminam lentamente à medida que a planta seca. As células exteriores são as primeiras a secar, mas o fluido continua a mover-se das células internas para fornecer humidade às células exteriores, que estão secas. Quando os processos de secagem e cura ocorrem corretamente, as plantas secam uniformemente. A remoção das folhas e dos caules grandes após a colheita acelera a secagem; no entanto, o teor de humidade nos botões de flores, folhas e caules “secos” pode tornar-se irregular. Se os botões das flores forem secos demasiado depressa, a clorofila e outros pigmentos, o amido e os nitratos ou outros sais fertilizantes ficam presos no tecido da planta, fazendo com que arda de forma desigual e tenha um sabor desagradavelmente “verde”

O cheiro a amoníaco na secagem da canábis indica uma falta de circulação de ar, bactérias anaeróbicas e um excesso de nitrogénio na folhagem. Evita a formação de amoníaco mantendo os botões de canábis e a folhagem bem arejados durante a secagem.

A secagem facilita o armazenamento para uso posterior. A secagem converte 75 por cento ou mais de uma planta acabada de colher em vapor de água e outros gases, e converte os hidratos de carbono em açúcares simples. A secagem também converte a clorofila e outros pigmentos de modo a que não fiquem resíduos “verdes”.

A manicura dos ramos carregados de botões e a sua suspensão individual permite-lhes secar durante mais tempo. Toda a humidade do caule deve secar também.

Durante a secagem, o amido é transformado em açúcares redutores*. À medida que o amido se degrada, a concentração de açúcares redutores aumenta e atinge o seu máximo durante os primeiros dias de secagem. Depois disso, a respiração abranda, o que oxida o açúcar redutor em dióxido de carbono e água. O amido armazenado é decomposto em açúcares simples, que são utilizados na alimentação. Isto confere-lhe um aroma e um sabor doce e terroso. *Vê uma definição completa de “açúcares redutores” aqui.

A degradação da clorofila é visível quando as cores verdes se tornam pálidas e se transformam em amarelos, castanhos, vermelhos e roxos. Embora independentes um do outro, a degradação do amido e da clorofila ocorre aproximadamente à mesma velocidade. O sabor verde a menta da canábis também se dissipa com a degradação da clorofila.

Quando secas lentamente, durante 5 a 14 dias, a humidade evapora-se uniformemente no ar, produzindo botões de flores uniformemente secos com uma decomposição mínima de canabinóides. As flores secas lentamente retêm os terpenos e os canabinóides, proporcionando aos utilizadores médicos todos os benefícios medicinais. A secagem lenta e uniforme – em que o teor de humidade é o mesmo em todos os caules, folhagens e botões – dá tempo suficiente para que os pigmentos se degradem. Após 5 a 14 dias de secagem lenta, toda a clorofila desaparece dos botões “secos”. Pendurar plantas inteiras para secar, embora seja mais trabalhoso, permite que este processo ocorra mais lentamente ao longo do tempo.

As ventoinhas de circulação e ventilação ajudam a controlar o calor e a humidade e a mantê-los a níveis adequados. Podes também utilizar um desumidificador para controlar a humidade. Os aparelhos de ar condicionado são ideais para regular a temperatura e a humidade em climas quentes, mas o seu funcionamento é dispendioso do ponto de vista ambiental. As grandes áreas de secagem podem necessitar de um aquecedor para aumentar a temperatura e diminuir a humidade. Não coloques ventoinhas diretamente sobre as plantas a secar; isso faz com que sequem de forma desigual.

Com temperaturas superiores a 23,9°C (75°F) os botões podem secar demasiado depressa e a humidade pode cair mais facilmente abaixo do nível ideal de 50 por cento. Temperaturas superiores a 29,4°C (85°F) fazem com que os botões sequem demasiado depressa, queimando de forma inconsistente e sendo desagradáveis de consumir. As altas temperaturas também inflamam a fragrância. A humidade relativa abaixo dos 30 a 40 por cento faz com que os botões sequem demasiado depressa e retenham a clorofila, dando-lhes um sabor “verde”. Os botões de secagem rápida são fáceis de secar por engano de forma desigual e durante demasiado tempo, tornando-os estaladiços no exterior e húmidos no interior. A baixa humidade também faz com que os botões percam o sabor e o odor. Se a humidade estiver entre 30 e 40 por cento, permite um movimento mínimo do ar para secar lentamente os botões. Usa sempre um termómetro e um higrómetro de máxima/mínima precisão para garantir que a temperatura e a humidade são mantidas no intervalo ideal.

Para saberes o teor aproximado de humidade dos botões secos, pesa um botão específico após a colheita, quando está molhado. Pesa-o novamente durante o processo de secagem e cura para saberes quanta humidade perdeu. Por exemplo, um botão que pesa 15 gramas na colheita, pesará 4 gramas quando tiver perdido 75 por cento da sua humidade.

Pesa um botão na colheita. Este botão recém-colhido pesa 15 g (0,5 onças).

Quando seco, o mesmo botão da foto acima pesa 0,14 onças (4 gm) – 75% menos.

Suspender as plantas é uma forma de poupar trabalho para facilitar uma secagem lenta e uniforme. Os caules grandes e húmidos podem ser removidos e os ramos pequenos podem ser pendurados no teto para reduzir o tempo de secagem em alguns dias. Usa alfinetes de roupa para prender os ramos a linhas de secagem ou enfia um clipe de papel na base dos ramos e pendura o clipe numa linha. Outra opção é aparar os ramos para formar um gancho e pendurá-los no “gancho”

Usa a área de cultivo como sala de secagem quando não estiveres a cultivar um jardim. Não seces as plantas na mesma sala em que elas estão a crescer. São necessários climas diferentes para cultivar a canábis medicinal e para a secar. Os fungos, ácaros e outros insectos também podem migrar das plantas mortas para as vivas. Inspecciona diariamente os botões de secagem para ver se há sinais de doenças, ácaros ou insectos. Espalha Tanglefoot à volta da extremidade das linhas de secagem para formar uma barreira que impede os ácaros de migrarem para as plantas vivas. Os ácaros reúnem-se na barreira e são fáceis de esmagar entre os dedos.

A temperatura ideal do ar para uma secagem lenta situa-se entre 15,6°C-21,1°C (60°F e 70°F) e a humidade entre 45 e 55%. Temperaturas abaixo de 60°F (15,6°C) retardam a secagem, e a humidade muitas vezes sobe rapidamente. Uma humidade superior a 80 por cento prolonga o tempo de secagem e aumenta a ameaça de bolor nos botões.

As colheitas pequenas, como esta planta ‘Sensi Star’, são cuidadas antes de serem penduradas para secar.

Estes ramos cheios de botões foram removidos e tratados individualmente antes de serem pendurados para secar.

Secar as colheitas pequenas

As colheitaspequenas podem ser facilmente secas num armário, gabinete ou numa caixa de cartão mais pequena do que o tamanho da área de cultivo. Se o espaço de secagem for um problema, usar um calendário de plantação escalonado ou plantar variedades que amadurecem tanto cedo como tarde permite uma colheita escalonada que liberta espaço de secagem à medida que os botões secam.

Uma caixa de cartão ou de madeira é um excelente espaço de secagem para pendurar pequenas colheitas. O fluxo de ar na área fechada é reduzido, por isso os botões e as folhas devem ser virados diariamente para uniformizar o teor de humidade e desencorajar o bolor. Enfia uma agulha grande com fio dental e enfia o fio para trás e para a frente através da caixa aberta, perto do topo, para criar linhas de secagem. Se a caixa for suficientemente alta, podes instalar vários níveis de linhas de secagem.

O excesso de folhagem desta planta foi aparado. É difícil podar uma planta inteira e manter os ramos intactos.

Esta bela colheita de ‘Power Plant’ foi cortada e pendurada para secar em cabides num armário bem ventilado.

Fecha as abas da caixa e coloca-a num armário ou num quarto livre. Abre as abas para permitir a circulação do ar, se necessário. Ou faz buracos perto do fundo e do topo da caixa para permitir a troca e circulação de ar. Verifica diariamente como os botões estão a secar. Se os botões e as folhas começarem a secar demasiado depressa, abre a tampa da caixa e coloca-a num local mais fresco.

Usa um estendal portátil e dobrável para fazeres uma sala de secagem rápida e móvel. Desdobra o estendal, pendura os botões nas linhas e cobre com um lençol ou pano preto grande para permitir a troca de ar, mantendo a escuridão. Coloca uma ventoinha no exterior do lençol para que o ar circule por baixo e ajude a secar os botões de flores.

As plantas marroquinas estão a ser secas ao sol numa laje quente. Esta prática degrada a resina.

Os sacos de rede compartimentados são baratos, dobráveis e fáceis de pendurar, expandir para um suporte de secagem e guardar. Estas estantes de secagem são perfeitas!

Pendura os botões manicurados para secar durante um dia ou mais antes de os colocares nos ecrãs de secagem para permitir que a maior parte da humidade se dissipe. Uma vez nas telas, os botões devem ser virados todos os dias ou dois para garantir uma secagem uniforme.

Construir uma pequena sala de secagem é tão fácil como prender um pouco de contraplacado em ângulos rectos e pendurar linhas ao longo do recinto. Também podes colar plástico preto Visqueen no teto e no chão para fazer “paredes”

Os botões bem tratados também podem ser colocados em caixas para secar. Move os botões diariamente para que novas superfícies sejam expostas ao ar. A secagem pode ser mais lenta porque o fluxo de ar é reduzido. Forra as caixas com cartão ou papel para conter e recolher as glândulas de resina que caem no fundo. Ou sela as fendas com fita adesiva para conter as glândulas de resina para recolha.

Secagem de grandes colheitas

Escalona as grandes colheitas em plantas grandes de 10 a 15 pés de altura, colhendo os primeiros 2 a 3 pés (60-90 cm) do topo da planta. Os botões localizados mais abaixo na planta, agora expostos à luz solar, continuarão a crescer e a inchar. Colhe novamente dentro de algumas semanas (se o tempo permitir) cortando os próximos 2 a 3 pés (61-91,4 cm) dos ramos superiores. A maioria das variedades pode ser colhida 2 a 3 vezes num período de 4 a 6 semanas.

Nota: Os jardineiros do norte da Califórnia preferem manter os botões de flores colhidos em último lugar para uso como medicamento pessoal.

Secar uma colheita grande requer um espaço grande, escuro e fresco com bom fluxo de ar. Não colhas mais canábis do que o espaço de secagem disponível pode acomodar. Escalona a colheita para que haja espaço suficiente para a secagem. Amigos na Suíça foram obrigados a comprar um edifício industrial de 4 andares para secar vários hectares de canábis. Outros jardineiros surpreendidos têm de erguer rapidamente tendas e edifícios temporários para servirem de armazéns de secagem. Utiliza também grandes espaços como quartos, celeiros e barracões.

Corta as plantas pela base ou arranca-as inteiras do chão. Retira as folhas grandes e pendura as plantas colhidas em linhas na sala de secagem. Corta ramos de 12 a 40 polegadas (30,5-101,6 cm). Faz a manicura de cada ramo e pendura-o em linhas de secagem para completar o processo de secagem.

Poupa espaço construindo ou comprando estantes de secagem para os botões. Faz estantes de secagem com tela de janela ou rede agrícola de plástico. Estica a tela ou rede sobre uma estrutura de madeira e prende-a com agrafos. Coloca espaçadores de 3 a 6 polegadas (7,62-15,2 cm) entre as telas para permitir um fluxo de ar adequado. Ou constrói uma caixa de secagem com telas removíveis.

Tempo de secagem

Lista de verificação para uma secagem correcta
– Temperatura 60°F-70°F (15,6°C-21,1°C)
– Humidade 45-55 por cento.
– Seca com pouca ou nenhuma luz.
– Manipula os botões o menos possível.
– Pendura os botões bem tratados até estarem secos.
– As condições exactas podem variar; usa os parâmetros abaixo como orientação.

O tempo de secagem depende da temperatura, da humidade e da densidade dos botões. A maioria dos botões estará suficientemente seca em 3 a 5 dias antes de passares ao processo de cura, mas pode demorar mais tempo. Demora até 2 semanas até que toda a clorofila – o material que dá o sabor “verde” – se tenha dissipado da folhagem. Os botões de flores grandes, gordos e densos podem demorar mais 3 a 4 dias a secar do que os botões mais pequenos. Aperta suavemente os botões depois de terem estado a secar durante alguns dias para verificar o teor de humidade. Dobra os caules para ver se estão secos. Se o caule se partir em vez de se dobrar, está pronto para curar.

A colheita não está seca se o caule não se partir ao ser dobrado.

A colheita está seca ou quase seca se os caules se partirem quando dobrados.

Verifica a secura dobrando um caule. O caule deve partir-se em vez de se dobrar quando dobrado. O botão deve estar seco ao toque, mas não quebradiço. O botão deve arder suficientemente bem para ser fumado quando está seco.

A luz – especialmente os raios ultravioleta (UV) da luz solar natural – o calor e a fricção aceleram a biodegradação das glândulas de resina e dos canabinóides. Não coloques canábis seca em porta-luvas de automóveis quentes, e mantém-na afastada de saídas de calor, etc. A fricção e o manuseamento brusco podem magoar e romper as glândulas de resina. Mesmo com uma secagem e cura adequadas, o manuseamento brutal da canábis colhida diminui o conteúdo de canabinóides.

Secagem rápida

Aqui tens 6 maneiras de secar rapidamente os botões de flores. Lembra-te, os botões que secam rapidamente ardem a quente, são ásperos para o paladar e podem ter um sabor “verde” quando vaporizados.

Um: Manicura os botões frescos e remove todos os ramos e folhas que não contenham resina visível. Espalha-os uniformemente em papel de alumínio, embrulha-os em papel ou coloca-os num envelope.

Coloca o papel ou o envelope num frigorífico quente, num radiador, numa televisão, etc. Dependendo do nível de calor, os botões estarão secos em poucas horas ou no dia seguinte. Os botões estarão um pouco estaladiços quando secos, mas podem conter humidade no seu interior. Coloca-os num recipiente hermético até suarem. Volta a colocar no papel e seca até estarem suficientemente desidratados para queimarem bem.

Dois: Corta os botões e/ou a folhagem frescos. Coloca-os num quadrado de papel de alumínio de 30,5 cm. Segura ou coloca-o sobre uma lâmpada incandescente de 60 a 100 watts. Mexe a cada 15 a 30 segundos. Em poucos minutos, estará suficientemente seco para ser consumido.

Três: Coloca os botões cortados em cubos e/ou a folhagem num tabuleiro para bolachas no forno a 65,6°C (150°F) durante 10 a 15 minutos. Verifica regularmente e mexe, se necessário, até secar. Não aumentes a temperatura acima dos 200°F (93,3°C) ou os canabinóides evaporar-se-ão no ar.

Quatro: Coloca os botões cortados e/ou a folhagem num prato de papel no micro-ondas. Liga o micro-ondas em rajadas curtas e fracas (50% de potência) de 15 a 30 segundos cada. Recicla até secar, e mexe se necessário.

Cinco: Seca os botões num desidratador de alimentos durante 24 a 48 horas. Os desidratadores de alimentos têm uma série de ecrãs empilháveis. Coloca o botão e a folha nos ecrãs e empilha-os. Uma ventoinha sopra ar com temperatura controlada suavemente para cima para secar rapidamente a canábis.

Os botões e/ou a folhagem podem ser cortados em pedaços pequenos e colocados num frasco de vidro com uma tampa hermética. Coloca vários pacotes de sílica gel dessecante (do tipo que vem com aparelhos electrónicos e câmaras) no frasco de vidro e fecha. A humidade migrará para o gel de sílica em poucas horas. Retira os pacotes e seca com uma fonte de calor seco. Substitui os pacotes de sílica até a canábis estar suficientemente seca para ser consumida. Encontra o pacote de sílica gel em lojas de peças de automóvel ou de eletrónica.

Seis: Seca os botões num desidratador de alimentos durante 24 a 48 horas. Os desidratadores de alimentos incluem uma série de ecrãs empilháveis. Coloca o botão e a folha nos ecrãs e empilha-os. Uma ventoinha sopra ar com temperatura controlada suavemente para cima para secar rapidamente a canábis.

Secagem com água: Passo a passo

A água pode ser usada para remover o excesso de clorofila, sais e impurezas da canábis colhida. A canábis que é importada do Paraguai, de partes de África e do México é muitas vezes mergulhada num banho de água para remover a sujidade, a clorofila e outras coisas más, mas este método de cura raramente é usado por jardineiros caseiros. Os ramos são postos de molho em água que é substituída diariamente durante vários dias. A matéria vegetal solúvel indesejável é lixiviada para a água e, ao fim de quatro a sete dias, quase desaparece. Após a cura em água, os botões manicurados nos ramos são ligeiramente agitados para remover a água antes de serem pendurados para secar.

Uma vez completa e uniformemente secos, os botões fumam suavemente e queimam uniformemente. Os botões secos com água são cerca de 30 por cento mais pequenos, mas os canabinóides estão intactos e mais concentrados do que os botões secos ao ar. A cor, a fragrância e o aspeto geral da canábis curada com água são pouco atraentes, um termo popular nos dispensários de canábis medicinal. No entanto, ao usares este método, os sais são removidos mesmo que as plantas tenham sido fertilizadas até à colheita.

Nota: Sê muito delicado ao manuseares os botões na água. A resina não é solúvel em água, mas quando os ramos são batidos indiscriminadamente, as glândulas de resina podem cair na água. Sê delicado com os botões tenros.

Passo Um: Corta os ramos das plantas e remove as folhas grandes, incluindo os caules (pecíolos). As folhas pequenas são normalmente deixadas intactas à volta dos botões.

PassoDois: Coloca cuidadosamente os ramos cheios de botões num recipiente com água destilada ou de osmose inversa (RO). Mantém a temperatura entre 60ºF e 70ºF (15,6ºC-21,1ºC). Pode ser necessário empurrar suavemente os ramos para baixo, com a mão ou com um peso, para os manter completamente submersos.

Terceiro passo: Deita fora a água contaminada com clorofila/sal e substitui-a diariamente. A clorofila, os sais e os contaminantes são retirados da planta por osmose (ver capítulo 20, Água). A água deve ser mudada diariamente e substituída por água fresca; a água velha está cheia de coisas más.

Quarto passo: Após 4 a 7 dias, retira os ramos da água, sacode cuidadosamente o excesso de água e pendura para secar. Utiliza uma ventoinha de circulação para garantir que toda a água latente se evapora e seca dos botões. Trata das folhas pequenas enquanto ainda estão macias e flexíveis.

Quinto passo: Pendura os ramos cheios de botões para secar (ver “Secagem de pequenas colheitas” no início deste capítulo).

“Secagem” com gelo seco: Passo a passo

A secagem com gelo seco retém os canabinóides e a frescura e causa muito pouca degradação das glândulas de resina devido ao calor, à luz e ao ar. Quando vaporizada ou fumada, a canábis curada com gelo seco tem um sabor a menta, porque a clorofila não se decompõe. Este método de cura é caro e demorado.

O gelo seco é dióxido de carbono congelado. Quando aquece, o CO2 converte-se de um sólido congelado para um gás, sem se transformar num líquido. Quando a canábis húmida é fechada com gelo seco, ocorre uma humidade relativa baixa e as moléculas de água migram da canábis para o gelo seco. Isto faz com que a humidade relativa do CO2 aumente e o teor de humidade da canábis diminua. Este processo ocorre abaixo dos 0°C (32°F) e preserva a canábis. O gelo seco é caro e este método é melhor utilizado para secar pequenas quantidades de botões de flores.

Passo Um: Coloca uma onça (28,3 g) de gelo seco e botões de flores cerca de três quartos secos num recipiente de 4 quartos (3,8 L). Coloca o gelo seco no fundo e os botões de flores no topo.

Passo Dois: Faz alguns pequenos orifícios de 6,4 mm na tampa do recipiente para que o excesso de gás possa sair. Fecha a tampa do recipiente.

Terceiro passo: Descongela o congelador. Coloca o congelador na posição mais fria. Coloca todo o recipiente no congelador. Verifica a cada 12 a 24 horas.

Quarto passo: Quando o gelo seco tiver desaparecido, os botões devem estar completamente secos. Se não estiverem secos, adiciona gelo seco até a canábis estar seca. Conserva o gelo seco secando parcialmente os botões durante alguns dias antes de os envolveres com gelo seco.

Os frascos para conservas são excelentes recipientes para guardares estes botões secos da flor ‘Black Shaman’. O vidro rígido protege os botões de danos. Guarda sempre os frascos num local fresco e escuro para evitar o calor e a luz do sol.

Cura

A cura depois da secagem ajuda a remover qualquer resto de clorofila, outros pigmentos, sais fertilizantes latentes, etc. que se tenham acumulado nos botões de flores, folhas e caules. Se secares demasiado depressa, os botões de flores retêm mais clorofila e têm um sabor “verde”. Quando vaporizadas ou fumadas, estas importações são duras para o paladar e muitas vezes ardem demasiado. A remoção da clorofila, dos sais, etc., pode ser feita com ar, água e ar, e com gelo seco (CO2).

A cura não é essencial; de facto, muitos pacientes médicos preferem o sabor frequentemente mentolado da canábis não curada.

Mesmo depois das plantas, ramos ou botões terem secado em telas ou terem sido suspensos numa sala de secagem durante cinco a sete dias e parecerem secos, ainda contêm humidade no seu interior. Esta humidade afecta o sabor, a fragrância e o teor de canabinóides (potência). A cura remove este excesso de humidade e tudo o que contém. A cura torna os botões uniformemente secos e agradáveis de consumir, e preserva os canabinóides e terpenos naturais.

A luz, o ar e a água são tudo o que as bactérias aeróbicas precisam para começar a consumir clorofila, sais e assim por diante. Quando as bactérias consomem todo o alimento disponível e o oxigénio se dissipa, as bactérias morrem. Esta ação liberta hidratos de carbono, clorofila e outros contaminantes. Os botões de flores de canábis devidamente secos e curados queimam uniformemente e têm um sabor suave e rico. A cor verde vibrante desvanece-se quando a clorofila se dissipa e os tons avermelhados tornam-se mais proeminentes.

Os botões secos de flores de canábis são embalados em sacos de peru para curar.

A primeira semana de cura afecta a potência na medida em que remove uniformemente a humidade da folhagem para que poucas impurezas – pigmentos, sais e contaminantes que afectam o sabor e a fragrância – permaneçam na folhagem e nas flores secas. A cura também permite que a canábis seque para que não se desenvolva bolor quando é armazenada. Os botões de flores bem curados são macios e flexíveis, mas secos por dentro. Os botões de flores devem parecer secos e apenas a folhagem seca e flexível segura a resina nos caules. Quando fumada, deve ter um brilho uniforme e entrar suavemente no corpo. Quando vaporizada, não deve ter um sabor “verde” aparente.

Cura ao ar: Passo a passo

PassoUm: Retira os botões de flores dos ramos e coloca-os num recipiente hermético. Alguns sacos de plástico podem ter um odor de plástico ou metálico. Os sacos de peru transparentes e opacos utilizados para armazenamento a longo prazo são herméticos. Eu prefiro os sacos Black Magic Odor Barrier porque são pretos, duráveis e herméticos. Também existem sacos que reflectem o calor e são herméticos (quando devidamente fechados) e à prova de infravermelhos, o que os protege do calor.

Segundo passo: Escreve a data de hoje em cada recipiente de cura.

Terceiro passo: Embala cuidadosamente o maior número possível de botões no recipiente, sem os forçar ou danificar. Coloca os recipientes num local fresco, seco e escuro.

Quarto passo: Uma vez colocados num recipiente hermético, a humidade no interior dos botões migra para as partes secas dos caules e da folhagem. Verifica dentro de 2 a 4 horas se os botões estão diferentes. Aperta suavemente um par de botões para ver se estão mais húmidos. Tem cuidado! As glândulas de resina magoam-se facilmente.

Passo Cinco: Abre o recipiente de secagem 2 a 3 vezes por dia durante os primeiros 7 dias para libertar a humidade. Sente o cheiro assim que abrires o recipiente. A fragrância deve ser doce e um pouco húmida. Fecha o recipiente rapidamente. Se necessário, retira os botões do frasco durante um curto período de tempo para verificares se há bolor ou doenças.

Passo seis: Após a primeira semana, abre os frascos uma ou duas vezes por semana para cheirar rapidamente. Não abras demasiadas vezes ou o processo de cura lento não funcionará.

Passo Sete: Alguns jardineiros curam os botões de flores lentamente durante 6 meses ou mais. No entanto, após 2 a 3 semanas devem estar completamente curados e permanecer frescos, firmes e flexíveis. Os botões de flores podem ser fechados em recipientes e guardados.

Depois de curados, guarda os botões de flores de canábis medicinal num recipiente hermético. Abre o recipiente periodicamente para deixar sair a humidade que possa ter-se condensado. Ou podes manter o recipiente fechado e guardá-lo num local fresco, seco e escuro. Os botões devem conservar-se bem durante 2 anos ou mais. No entanto, a maioria é consumida mais cedo!

Embalagem e armazenamento

Embalar a canábis seca num ambiente hermético ou semelhante ajuda-te a preservar o aroma, o sabor e a potência. A exposição excessiva ao oxigénio faz com que o perfil canabinóide e o efeito medicinal se alterem. A canábis seca oxida quando exposta ao oxigénio do ar. A oxidação decompõe as moléculas de THC, convertendo-as em canabinol (CBN).

Os sacos de plástico são normalmente utilizados para embalar e armazenar a canábis. Estes recipientes preservam melhor a canábis quando os sacos são pouco manuseados. O manuseamento magoa e degrada as glândulas de resina. Um recipiente rígido (eu prefiro vidro escuro) ajudará a proteger as glândulas de resina do movimento e da abrasão extra.

Guarda a cannabis medicinal seca e curada num lugar seco, escuro e fresco para preservar o aroma, o sabor e o teor de canabinóides. A qualidade da canábis é melhor preservada nestas condições. Os pacientes guardam a maior parte da sua canábis medicinal num local fresco, escuro e seco e mantêm apenas alguns dias de fornecimento à mão. A canábis não tem tempo para se degradar e mantém-se potente.

Os pacotes de silicone, jornais ou toalhas de papel colocados no recipiente de secagem absorvem o excesso de humidade. Certifica-te de que retiras os pacotes de silicone, o papel, etc. regularmente para os secar antes de os voltares a colocar no recipiente.

Embalar a canábis para armazenamento a longo prazo (6 a 48 meses) requer um pouco mais de esforço para garantir que as qualidades da canábis se mantêm. A canábis pode ser armazenada durante mais de 2 anos, mas raramente é esse o caso. Se a canábis tiver de ser armazenada durante mais de 2 anos, certifica-te de que fazes as preparações indicadas abaixo.

A refrigeração e o congelamento também são meios de conservar a canábis curada e seca. Apesar de a refrigeração abrandar a decomposição, os frigoríficos e congeladores domésticos e comerciais têm níveis de humidade elevados. A humidade elevada pode causar condensação dentro dos recipientes fechados. Muitos frigoríficos têm uma gaveta de “baixa humidade”, mas a humidade continua a ser bastante elevada. Existem frigoríficos caros de “baixa humidade” para os cuidados de saúde e outras indústrias. Estes são os frigoríficos que muitos fornecedores de sementes utilizam. O recipiente de armazenamento deve ser bem fechado para retardar a condensação no interior. Coloca pacotes de silicone no recipiente para absorver a humidade condensada. Verifica periodicamente se a canábis armazenada se está a deteriorar.

Outras formas de armazenar a canábis incluem a concentração em haxixe, óleo ou álcool.

Selagem a vácuo

Fecha a canábis em vácuo para armazenamento a longo prazo. O embalamento a vácuo remove o oxigénio do recipiente de armazenamento hermético, o que atrasa a biodegradação das flores de canábis. A ausência de oxigénio num saco hermético cria um ambiente impossível para pragas e doenças. Os embaladores a vácuo baratos usam um frasco com uma tampa de rosca. Uma pequena bomba de sucção de ar é ligada a um tubo com uma válvula de sentido único no topo. O ar é aspirado para fora do frasco para formar um selo de vácuo. Existem aspiradores manuais simples para pequenas quantidades de canábis.

Um selador a vácuo ajudará a evitar que a canábis colhida se biodegrade rapidamente.

As máquinas de selagem a vácuo Food Saver e Seal-A-Meal são muito populares na América do Norte. Estes seladores a vácuo removem o ar do saco de plástico cheio de canábis curada, o que reduz a oxidação a zero. Assim que o ar é retirado do saco, a máquina forma um selo hermético que mantém o perfil canabinóide e o sabor intactos. As máquinas de embalamento a vácuo mais sofisticadas utilizam sacos de plástico impermeáveis especiais. Os modelos mais caros têm a capacidade de injetar CO2 e azoto* no saco. O preço dos modelos destas seladoras varia entre 50 e 2.000 dólares americanos. As seladoras de vácuo baratas também estão disponíveis na secção de conservas de muitas mercearias e lojas de variedades no final do verão e no início do outono. Os recipientes fechados com seladoras de vácuo baratas podem perder o vácuo após alguns dias. Se fores devidamente embalado a vácuo, os botões de flores de canábis medicinal permanecerão tão frescos como no dia em que foram selados no recipiente hermético. Visita o site dos meus bons amigos da Trim Scene Solutions no norte da Califórnia. Eles são especialistas no assunto.

*O gás dióxido de carbono (CO2) numa concentração de 35 por cento ou o gás nitrogénio (N2) concentrado a 98 por cento deslocam o oxigénio dentro do saco selado. Na ausência de oxigénio, a degradação da cannabis pára essencialmente. As pragas e doenças não conseguem sobreviver sem oxigénio. Os gases inertes (CO2 e N2) não alteram o perfil canabinóide.

Uma seladora a vácuo industrial remove o ar dentro de um saco de plástico resistente e derrete a extremidade aberta do saco para selar hermeticamente a frescura.

Um selador a vácuo sofisticado é capaz de injetar gás nitrogénio inerte nos sacos selados.

Os sacos de peru são o recipiente de armazenamento preferido de muitos jardineiros de canábis medicinal. A True Liberty Bags fabrica sacos pretos opacos para excluir a luz.

Os botões de flores de canábis devem estar perfeitamente secos para serem armazenados em recipientes de 30 galões (113,6 L). O excesso de humidade numa quantidade tão grande tende a atrair bolor e apodrecimento.

O que fazer com uma colheita com bolor

Os botões de flores com bolor, quer estejam infectados com podridão dos botões(Botrytis cinerea) ou oídio (ou oidium, um termo genérico para uma doença fúngica causada por um oídio), e dependendo da gravidade, terão um peso total de colheita inferior. Se o bolor tiver entrado no sistema da planta, permanecerá lá depois da colheita. Os pacientes médicos ou qualquer pessoa com doenças respiratórias não devem vaporizar ou fumar canábis com bolor. Para mais informações, vê o capítulo 24, Doenças e Pragas.

Os pacientes médicos ou qualquer pessoa com doenças respiratórias não devem vaporizar ou fumar canábis com bolor.

Impede o aparecimento de bolores e míldios antes que comecem e se espalhem por toda a cultura. Inspecciona as plantas à noite com uma lanterna UVC para detetar fungos recém-formados. Pulveriza com uma solução de peróxido de hidrogénio (H2O2) para matar os fungos. Se a infeção for grave, pulveriza toda a planta com uma solução de peróxido de hidrogénio antes de a colher. Colhe as plantas com cuidado para que os esporos remanescentes da doença fúngica não contaminem outras plantas no jardim. Deita uma chávena (8 oz [236,6 ml]) de 3% de H2O2 em 19 litros de água.

Banha os ramos colhidos cheios de botões durante 1 a 5 minutos no H2O2 diluído, depois sacode-os para secar e pendura-os numa sala bem arejada até que o excesso de água superficial desapareça. Faz a manicure dos botões enquanto as plantas estão frescas e flexíveis. Ver “Oídio” no capítulo 24, Doenças e Pragas, para informações completas sobre o controlo.

Demasiadas vezes os jardineiros colhem as suas culturas com bolor e cortam a folhagem afetada pelo bolor. Esta prática espalha esporos de bolor e não controla a doença. Secar a colheita resultará em bolor persistente que vive dentro e sobre os botões de flores, ramos e folhas colhidos. Fazer haxixe com água ou com peneira seca também não mata a doença. Uma vez que as doenças tenham entrado no sistema da folhagem colhida, elas permanecerão mesmo se forem lavadas da superfície da planta.

Duas formas de limpar incluem mergulhar em peróxido de hidrogénio e passar sob uma lâmpada UVC.

Mergulha a canábis acabada de colher num recipiente cheio de H2O2 diluído (vê a receita no início desta secção). O míldio e os bolores superficiais irão flutuar para o topo e podem ser retirados com uma escumadeira. Enxagua os ramos cheios de botões com um jato de água fresca, agita ligeiramente para remover a água, e depois manicura e seca.

Passa a folhagem colhida sob luz ultravioleta (UVC) para matar os bolores e bactérias da superfície. Cerca de um ou dois segundos é toda a luz UVC que uma planta pode suportar. Informa-te junto dos fabricantes sobre os tempos de aplicação.

Uma colheita com bolor é um grande problema. Vigia sempre a horta e verifica se há sinais precoces de bolor, para que este não se espalhe.